TRABALHO ESCRAVO É DEBATIDO COM FORTE PARTICIPAÇÃO NO ÂMBITO DO PROJETO GESTO-ART

No último dia 05 de maio, estudantes, trabalhadores, servidores e professores reuniram-se para debater sobre o fenômeno do trabalho em condição análoga à escravidão na atualidade, a partir da exibição do documentário “Aprisionados por promessas: a escravidão contemporânea no Campo Brasileiro.”
O evento, que é uma promoção do Projeto GESTO-ART,  foi executado pelo GESTO-UFRN (Grupo de Estudos Seguridade Social e Trabalho) e teve por objetivo realizar a discussão  sobre os direitos sociais a partir da mediação da arte.
Inicialmente o evento foi aberto pelo Professor Zéu Palmeira Sobrinho que fez uma explanação sobre o conceito de trabalho em condição análoga à escravidão e sobre as principais referências normativas que tratam sobre o tema, a exemplo das Convenções da OIT de nº 29/1932  e 105/1957. O mencionado docente enfatizou que, nos termos do art. 149, do Còdigo Penal, o crime de redução da pessoa à condição análoga a de escravo ocorre quando há: * restrição, por qualquer meio, da locomoção em razão de dívida do trabalhador contraída com o empregador ou preposto; * a efetivação de jornada exaustiva; * a vigilância ostensiva; * a retenção de documentos ou objetos pessoais; e * o trabalho em condições degradantes. Por fim, Palmeira explicitou: “No trabalho forçado a força de labor humana é considerada como coisa. O próprio trabalhador é assimilado pelo empregador de prática escravagista como uma peça de engrenagem, desprovida de qualquer consideração humana, cujo uso fica ao arbítrio exclusivo do explorador. Trata-se de uma ofensa aos bens jurídicos da liberdade, da vida, da dignidade e da saúde.”
Após o encerramento da fala do professor Zéu, houve a exibição do documentário e em seguida foram realizados os debates entre os presentes. Muitos dos participantes destacaram o fato de que o fenômeno do trabalho escravo vem crescendo no plano mundial, a ponto de atualmente existirem mais de 20 milhões de pessoas vítimas do trabalho forçado e da exploração sexual.
Grande repercussão na fala dos participantes foi o fato da chamada “PEC  do trabalho escravo” tramitar desde 2001 no Congresso brasileiro, o que – segundo um dos estudantes - representa um desprezo ao ser humano e um deboche à democracia. 
Um ponto em comum entre os debatedores é que o trabalho em condição análogo à escravidão está diretamente relacionado à falta de democracia no acesso à terra e à exploração de latifúndios pelo agronegócio. Restou enfatizado, portanto, que permanece a urgência de uma ampla reforma agrária capaz de possibilitar ao trabalhador maior autonomia na produção da sua própria subsistência.                                                            GESTO-UFRN, 06-maio-2014
























Fotografias: Bruno Nascimento

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